Ulisses VI

Crónica de um festival anunciado

Este fim de semana, num festival de música, uma vez mais, encontrei Ulisses. E, para que não haja confusão, sim, o verdadeiro. Desta vez, foi ele que me viu primeiro. Acenou-me e fui ter com ele. Com o meu meio humor, saudei-o "Morituri te salutant!" "Sorte a vossa!" "A Penélope não quis vir?" "Ficou com a mãe a ver 'West side Story' ". "E quê, estás a gostar do ambiente?" "Isto é muito melhor do que o bardo e a lira! Quem são os que entoam estes versos?" "Os Suede". Houve um silêncio. Depois perguntou: "Os Suede são suecos?" "Não sei", disse  eu. Olhei para ele e intuí no seu semblante sério a tentativa de camuflar a piada: "Devem ser noruegueses, não?..." e desatamos a rir

Uma outra forma de estar

O conhecimento traz frequentemente com ele a imediatez da nostalgia, da melancolia, de um inexplicável mal-estar que se propaga até à incompreensão do sentido da vida. Por outro lado, a dinâmica, muitas vezes exagerada e irracional que emana da alegria, parece averbar o sentido lógico de uma normalidade que se expande, também ela, curiosamente, sobre a forma de tristeza como fruto de uma capacidade cognitiva que formula, não raras vezes, a possibilidade de não sermos daqui